domingo, 31 de julho de 2011

602- Truque lugrube - Coluna do professor Virgilio de Mattos

            
                      TRUQUE LÚGUBRE I
(introdução lógica)

Morrer é como o mágico que some:
ilusório ilusionista de si mesmo.
Crê que quando grita:
Luta de classes!
Toda a exploração se consome.

Coitado do otimista.

Morrer não é como ficar para sempre
em um quarto de hotel.
Morrer é como o mágico que some
ilusório ilusionista de si mesmo,
quase sempre para sempre.
          

    TRUQUE LÚGUBRE II
   (Discursos ao pé do túmulo)

O morto não podendo se defender
qualquer bobagem dita pode parecer
que cria o morto naquilo que
o autor do discurso diz

{vocês não imaginam a patifaria que isso produz}

Não estamos aqui para fazer análise de discurso
Isto aqui é um poema e ponto

Morrer é para sempre.
Morrer é como o mágico que some
ilusório ilusionista de si mesmo,
quase sempre para sempre.

            

  TRUQUE LÚGUBRE III
                    (depois de tudo)

O mágico não podendo escapar se conforma.
Qualquer movimento estabanado de desespero
irá diminuir o pouco oxigênio que cria o mágico
aqueles discursos pudessem trazer e pronto.

{Não estamos aqui para fazer análise de conjuntura
Isso aqui é um relato do ponto de vista do mágico
que aparece no poema e ponto}

Ninguém se salva nessa porra, ninguém mais.
Vamos fazer sumir a exploração.
E quando gritarmos: Luta de classes!
Quem estiver de sapatos ou de tênis não sobra.
       
Nem pedra sobre pedra e nem vice-versa
dizia o sábio óbvio, um otimista?

Morrer é para sempre.
Morrer é como o mágico que some
ilusório ilusionista de si mesmo,
sempre pra sempre
sempre.

E ponto final afinal.


                                                                       Virgílio Mattos


                                                               

601- Cabelo ruim. Coluna do professor José Luiz Quadros de Magalhães

Cabelo ruim.

Por José Luiz Quadros de Magalhães

            Para o quê um cabelo é bom? Toda vez que ouço esta expressão me faço esta pergunta: para o quê o cabelo é bom ou ruim? Acho que deve ser para pentear. Mas e se a pessoa não gosta de pentear o cabelo? Eu, por exemplo, não gosto de pentear e mantenho mensalmente meu cabelo com, no máximo, três centímetros de tamanho. Logo o cabelo ruim para mim é o cabelo bom para quem gosta de pentear. O cabelo bom então seria aquele que não precisa pentear. Ora, mas pentear para que? Porque o cabelo deve ser condicionado a permanecer com todos os seus fios na mesma direção. Poderíamos democratizar o cabelo e deixar que os fios fossem para o onde quiserem.
O cabelo pode virar arte. O problema do cabelo arte é a submissão dos fios (individualmente e coletivamente) à vontade do artista (a submissão do dono (?) do cabelo também é radical: alguns nem mexem a cabeça). Ora, a estética pode ser extremamente autoritária. Teríamos assim o totalitarismo imposto aos fios de cabelo. Cada grupo de cabelo teria sua função pré-determinada e não poderia fazer outra coisa. Sair da formação implica em severa punição. O fio ou grupo de cabelo que não obedece ao artista pode ser excluído para sempre. Pode ser cortado!
Esta intervenção valorativa da cultura sobre os fios e grupos de cabelos tem a finalidade de obrigar os cabelos (fios e grupos) a funções para as quais eles não nasceram para fazer. A cultura e o poder, assim, agem sobre os cabelos (fios e grupos) para submetê-los à vontade autoritária e preconceituosa da cultura, para obrigá-los a se comportarem e se posicionarem de tal forma que ajudem no processo de dominação hegemônica.
Assim, o poder obrigará o dono do cabelo (mas o cabelo tem dono? O cabelo é escravo?) a enquadrar o seu cabelo. Ora, se o cabelo se torna escravo do dono o dono também é escravo do cabelo, principalmente quando ele é obrigado a negá-lo diariamente. Por exemplo: o dono (a dona) estica o cabelo diariamente, ou faz uma escova progressiva que deve ser renovada a cada três meses. De outra forma, os (as) donas (donos) de cabelos esticados, anelam os seus cabelos com certa freqüência (optei pelo português antigo só pra contrariar, pois querem me escravizar dizendo como devo falar e escrever: a quem pertence o idioma que falamos?). Eu não sou cabelo.
Existem aqueles que fogem dos seus respectivos cabelos e raspam a cabeça para não se enquadrarem em determinado grupo que rejeitam. Estes já sofrem toda a força do poder hegemônico e se negam diariamente. Outros deixam o cabelo do rosto crescer; outros não podem deixar o cabelo do rosto crescer; outros têm cabelos bonitos; outros têm cabelos feios (quem diz o que é feio e bonito?); outros têm cabelos compridos; outros não podem ter cabelos compridos e muito menos despenteados; alguns despenteiam cuidadosamente o cabelo para causar a impressão de que seus cabelos são livres: talvez estes cabelos sejam os mais escravizados.
O problema disto tudo, é que o cabelo passa a ser usado como mecanismo de poder, de estranhamento, de controle, repressão, como mecanismo de exercício de hegemonia.
 Quando os cabelos finalmente se rebelarão? Ora, a tarefa é difícil uma vez que muitos cabelos se encontram drogados por química pesada o que condiciona a sua ação e elimina a sua rebeldia: o shampoo (será que posso escrever shampoo – xampú – champú – champô - schampuuuuu). Ora, é xampu[1] seu burro, e sem acento. Dicionário Aurelius locuta, causa finita. E viva a autoridade de quem a tem.


[1] Xampu: [Do hind. Chhamna, ‘amassar’, ‘apertar’, pelo ingl. Shampoo.] S.m. Substância saponácea, em geral liquida, usada para a lavagem dos cabelos e couro cabeludo. [Var. gráfica (lus.): champô.] Mas só em Portugal! (observação do autor). Encontrado no Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa, terceira edição revista e atualizada, editora Positivo, Curitiba, 2004.



UM BOM FILME SOBRE CABELO. IMPERDÍVEL (NÃO É SOBRE CABELEIREIROS MAS SOBRE PODER):

sábado, 30 de julho de 2011

600- Formando a identidade nacional?! extremismo e nacionalismo na Guatemala

Se a história do pensamento de esquerda está vinculada a busca do fim do estado e de um internacionalismo de classe, onde todos os operários do mundo se libertarão da opressão de todos os proprietários do mundo, o pensamento de direita, especialmente de extrema-direita, se vincula, em boa medida, à ideía de um estado nacional forte com a função primeira de proteger os proprietários e a propriedade privada, especialmente a propriedade privada dos meios de produção. O Estado para o pensamento da direita e extrema direita (exluindo o pensamento anarquista de extrema-direita, como o caso do "Tea Party" nos EUA) é  fundamental para vigiar e punir os de sempre, normalizando condutas, comportamentos e valores e excluindo e punido os que não se enquadrem. Este é o projeto do estado moderno.
Abaixo um exemplo da formação da identidade nacional pela eliminação do outro (diferente), pela extrema-direita. Muitos outros exemplos são conhecidos como o nazismo e o fascismo.

España amplía su causa sobre el genocidio maya a los crímenes de género


El juez Pedraz investiga 1.465 violaciones, mutilaciones sexuales y empalamientos de mujeres por el Ejército guatemalteco para hacer desaparecer la etnia Maya.

Manuel Altozano Madrid 26 JUL 2011

Los delitos de genocidio, terrorismo, lesa humanidad, torturas, asesinatos y detenciones ilegales no fueron los únicos que presuntamente se produjeron durante el genocidio maya perpetrado por el Ejército guatemalteco y las ultraderechistas Patrullas de Autodefensa Civil (PAC) entre 1979 y 1986. El juez de la Audiencia Nacional Santiago Pedraz ha ampliado su investigación a los crímenes de género. El magistrado considera que las 1.465 violaciones, en su inmensa mayoría de mujeres mayas, perpetradas durante ese período, además de otras atrocidades sexuales, tenían como objetivo acabar con ese grupo étnico "no solo a través del exterminio físico sino también del quebrantamiento de su estructura social".

En su resolución, el juez Pedraz recuerda como, durante esos años, las mujeres mayas sufrieron formas específicas de violencia "especialmente de tipo sexual" por parte del Ejército, las PAC así como comisionados militares. El juez constata 1.465 violaciones de las que el 97% serían imputables a estos últimos. En el 88,7% de los casos, las víctimas eran mujeres mayas. El 62% de ellas tenía entre 18 y 60 años en el momento de los hechos, y otro 35% fueron menores de 18 años. "Muchas de ellas fueron sometidas a esclavitud sexual", relata el magistrado. "Mientras duraban los asedios, a algunas mujeres las mantenían con vida para ejercer sobre ellas continuas agresiones sexuales y, en otras ocasiones, eran trasladadas a cuarteles y destacamentos militares a tal fin".

El juez Pedraz considera que las violaciones entre 1979 y 1986 tenían como objetivo acabar con la etnia

La resolución señala la "extrema crueldad" con la que se perpetraron algunos de esos crímenes. Habla de mutilaciones como hemorragias vaginales y empalamientos que luego se mostraban a la población en lugares públicos. También se produjeron "atroces y brutales actos sexuales" contra mujeres embarazadas, niñas que fueron violadas sucesivamente por varios agentes incluso en presencia de otros miembros de la comunidad maya o de familiares, feticidios, aperturas de vientres... En muchos casos, estas agresiones provocaron la muerte de las víctimas. En un 35% de los casos se las ejecutó sumariamente después.

"Toda esa violencia de género fue planificada desde el entrenamiento militar, en el cual las agresiones sexuales se constituían en una práctica habitual, siendo incluso ordenada por los mandos superiores en forma previa al ingreso [en el Ejército] señalando la forma precisa de hacerlas", afirma el magistrado. Su finalidad era demostrar poder como parte de una estrategia de terror y "asegurar el fin de la transmisión de la cultura maya y la desaparición del grupo" provocando desplazamientos de mujeres, rupturas de matrimonios y lazos sociales, aislamiento, vergüenza comunitaria y evitación de matrimonios y nacimientos dentro del grupo. Unos 500.000 mayas, en su mayoría mujeres y niños, tuvieron que desplazarse a otras comunidades y después a las montañas. Muchos murieron de hambre y frío.

Toda esa violencia de género fue planificada desde el entrenamiento militar

Para evitar que estos delitos sexuales queden impunes, el juez amplía su investigación a ellos. Recuerda que el artículo 607.1.2 del Código Penal considera genocidio "la agresión sexual cuando tiene el propósito de destrucción total o parcial de un grupo". Dos apartados después, ese mismo precepto, establece que son actos genocidas todos los actos encaminados a generar "un desplazamiento forzoso" o a "impedir el género de la vida o la reproducción". En total, los delitos de género imputados a los supuestos agresores son cuatro: tres de genocidio (por las agresiones sexuales, el desplazamiento forzoso y por impedir la reproducción) y uno de torturas por las mutilaciones y violaciones.

599- Entendendo, um pouco, a extrema direita norteamericana - o conservadorismo do partido Republicano.

La crisis de la deuda en EE UU compromete la unidad y el futuro de los republicanos



Publicado em:
El Grand Old Party nunca calculó el grado de fanatismo y la anarquía de los 40 congresistas que suma el movimiento de extrema derecha

ANTONIO CAÑO
Washington 29/07/2011

El Grand Old Party, el partido de Abraham Lincoln, Dwight Eisenhower y Ronald Reagan, vive un momento crítico con el ascenso del Tea Party. Ante un episodio de la trascendencia de una posible suspensión de pagos, el liderazgo republicano en el Congreso se ha mostrado incapaz de contener la estrategia nihilista de la extrema derecha que se ha infiltrado entre sus filas en los dos últimos años. Como resultado, naufraga sin rumbo, sin proyecto y sin un patrón que pueda reconducirlo.




EE UU entra en quiebra política

Wall Street advierte de "muy graves consecuencias" por la crisis de la deuda

El desconcierto manda en Washington

La rebelión del Tea Party compromete la unidad y el futuro del Partido Republicano



El Partido Republicano nunca midió las consecuencias de su pacto con el movimiento Tea Party para ganar las elecciones legislativas de 2010. Nunca entendió la naturaleza anárquica de los cuarenta congresistas que se incorporaban en esa fecha a la Cámara de Representantes. Nunca calculó el grado de fanatismo, amateurismo e intransigencia de un puñado de políticos que vino a Washington a limpiar el sistema y no tiene escrúpulos en llevarse por delante lo que sea preciso para conseguirlo.

Probablemente, el máximo líder republicano en el Congreso, John Boehner, lo entendió por fin en la azarosa noche de este jueves (madrugada del viernes en España) mientras buscaba uno a uno los votos que necesitaba para sacar adelante su propuesta sobre el levantamiento del techo de deuda. Lo hizo como se han hecho tradicionalmente esas negociaciones, ofreciendo cargos y compensaciones a cambio del voto. Pero se encontró con un muro en el que la defensa de los principios puede más que la credibilidad de Estados Unidos o las urgencias de la economía mundial.

"Yo no vine aquí buscando favores ni un puesto en un comité, así es que amenazarme con eso no tiene ningún efecto", advirtió uno de los representantes de ese sector, el congresista de Carolina del Sur Trey Gowdy. "Las negociaciones que ha habido aquí esta noche, hace unos años le hubieran costado al país 20.000 millones de dólares", dijo otro afiliado al Tea Party, el congresista de Arizona Jeff Flake, en referencia a los proyectos que se suelen poner sobre la mesa en este tipo de acuerdos. Esa noche del jueves, que algunos observadores han comparado con el Titanic del Partido Republicano, ha sido descrita por Flake como "el espectáculo más refrescante del mundo".

Los congresistas no estaban solos en esa aventura revolucionaria. Mark Meckler y Jenny Beth Martin, los fundadores de los Tea Party Patriots, se habían apostado con un grupo de los suyos a las puertas del Capitolio para impartir instrucciones a sus congresistas, en un ejemplo de ese modelo de democracia directa que ellos patrocinan. En el teléfono, Richard Armey, el líder de FreedomWorks, se aseguraba la lealtad de los congresistas de Texas que controla. En Facebook, Sarah Palin, hizo una declaración estimulando a los miembros del Congreso a mantener la palabra dada a los efectores y resistir todas las presiones. En Twitter y otras redes sociales, miles de activistas recordaban a sus representantes parlamentarios lo que tenían que hacer si querían ser bien recibidos en sus distritos electorales. Paralelamente, Rush Limbaugh y otros comentaristas en la radio y en la cadena Fox vigilaban inquisitorialmente el comportamiento de cada uno de los congresistas de la derecha.

Esta es la fuerza que dio vitalidad a los republicanos después de su derrota en las elecciones presidenciales de 2008 y es la fuerza que hoy impone su ley dentro del partido. A ella tendrá que enfrentarse el establishment republicano si quiere recuperar las esencias del conservadurismo norteamericano y, más importante que eso, una mayor posibilidad de volver a la Casa Blanca. Un partido incapaz de gobernarse a sí mismo tiene escasas opciones de gobernar el país.

¿Quién puede hacer eso? Nadie de quienes ahora están al frente. Boehner puede salir muy herido de esta crisis, quizá al borde su dimisión. John McCain denunció desde el pleno del Senado el aventurerismo infantil del Tea Party, pero él ya es un outsider en su partido. Los actuales candidatos presidenciales oscilan entre los que trabajan para el Tea Party y los que le temen demasiado como para oponerse.


El Tea Party toma el poder en la derecha


El movimiento extremista domina las primarias del Partido Republicano de EE UU.- La marginación de los moderados hará muy difícil legislar al presidente Obama

ANTONIO CAÑO - Washington - 15/09/2010

La resonante victoria del movimiento extremista conocido como Tea Party en las elecciones primarias del martes, la más sorprendente y trascendental de las muchas obtenidas por esa marca en los últimos meses, pone definitivamente a la extrema derecha al timón del conservadurismo norteamericano y abre un difícil periodo de incertidumbre sobre el destino del histórico Partido Republicano y de la política norteamericana en su totalidad.


El nuevo conservadurismo americano

Tal ha sido el impacto de la victoria de Christine O'Donnell en las primarias republicanas del Estado de Delaware que los tradicionales pesos pesados de la derecha han emitido una señal de alarma. "Este no es el camino", ha advertido Karl Rove, el famoso analista político, resumiendo el estado de ánimo de la dirección del partido, que teme que la designación de candidatos tan radicales dificultará extraordinariamente su victoria en las elecciones legislativas parciales del próximo noviembre.

Christine O'Donnell es, en efecto, orgullosamente extremista. Ha abogado por las armas, la abstinencia sexual, el fin de los impuestos y la liquidación de todo el aparato estatal. Con el apoyo y el dinero del Tea Party y la bendición de Sarah Palin, la heroína de esta peculiar revolución, le ha bastado para derrotar a Mike Castle, un miembro de la Cámara de Representantes, una respetada figura de Delaware y el candidato respaldado con todas sus energías por el Partido Republicano.

Con su victoria en Delaware, el Tea Party consigue ya colocar a su gente en seis candidaturas al Senado desde que ganó el escaño de Ted Kennedy en Massachusetts. El martes se anotó también la victoria del candidato a gobernador de Nueva York, Carl Paladino aunque éste sin seria oposición del establishment republicano y a punto estuvo de hacerse con la candidatura al senado en New Hampshire ?el aspirante oficial está por delante por mil votos.

Pero el caso de Delaware, un Estado rico y progresista de la costa Este, es especialmente ilustrativo sobre el estado del mapa electoral del país. El escaño del Senado parecía desde un principio destinado a los demócratas, que contaban con un candidato imbatible: Beau Biden, el hijo del vicepresidente. La retirada de éste, por motivos personales, y la caída de la popularidad del Gobierno de Barack Obama abrieron de repente una clara posibilidad para que los republicanos se hicieran con el puesto. Castle, perteneciente a un linaje de conservadores centristas e ilustrados que siempre han dominado en esa región del país, parecía el candidato ideal. En cambio, la ganadora de las primarias, O'Donnell, puede haber seducido a los más apasionados, pero representa valores absolutamente contrarios a esa tradición. Su victoria en noviembre, más que una sorpresa, sería un milagro.

Todos los demás candidatos del Tea Party fueron elegidos antes en Estados del oeste y del sur, con mayorías conservadoras, en los que su triunfo final es más viable. Pero incluso en esos casos, su designación ha estado sucedida de luchas intestinas en el republicanismo y las encuestas han detectado el ascenso de los aspirantes del Partido Demócrata.

"El Partido Republicano vive una auténtica guerra civil", ha asegurado el presidente del Comité Nacional Demócrata, Tim Kaine, quien pronostica que las esperanzas de su partido han crecido significativamente ante el ascenso de un segmento político que, como ha dicho Bill Clinton, "hace parecer a George Bush un peligroso liberal".

Al margen del efecto que el auge del Tea Party tenga en la lucha partidista, lo más grave del momento político por el que atraviesa la principal potencia mundial es la repercusión que pueda tener en la gobernabilidad del país.

Si con una mayoría holgada en ambas Cámaras del Congreso con un periodo de mayoría absoluta en el Senado, Obama sacó adelante algunas de sus reformas dolorosamente y en una versión descafeinada, no es descabellado pensar que será incapaz de aprobar una sola ley en la segunda mitad de su mandato. Eso no sólo es grave para el progreso de EE UU sino también para la estabilidad internacional. Baste recordar que el tratado de desarme con Rusia y numerosos acuerdos comerciales dependen de la ratificación parlamentaria.

No sería insólita la división de los poderes presidenciales y legislativos entre los dos partidos dominantes. De hecho ha ocurrido con frecuencia. Pero nunca antes la oposición había estado dominada por el arrogante fanatismo que exhibe el Tea Party. Algunas de las caras nuevas que llegarán al Capitolio después de noviembre son verdaderos militantes de un ejército irregular que vienen a Washington con la misión de dinamitar las estructuras de esta ciudad. El Estado puede ver sus manos atadas durante años.

Es justo destacar que son militantes de un movimiento carismático y, en cierta medida, naive. Aunque a su cabeza están políticos de siempre con el afán de siempre obtener el poder, la base de este movimiento ha crecido, en parte, por la espontánea y legítima ansia de libertad individual que cada ciudadano norteamericano porta en sus genes. El totalitarismo resulta a veces de las mejores intenciones y el fanatismo se cría en los entornos más populares. Estados Unidos vive uno de esos momentos, no excepcionales, en el que sus valores entran en conflicto entre sí.

598- Em defesa dos Direitos Humanos em Minas Gerais - Coluna do Frei Gilvander Luis Moreira

APELO VEEMENTE POR DIREITOS HUMANOS EM MINAS GERAIS:

3.300 famílias sem-casa estão na mira do braço armado do Estado de Minas Gerais. A Polícia de Minas Gerais está mobilizada para DESPEJAR 3.300 famílias sem-casa em Itabira, MG, e em Uberlândia, dia 01/08/2011. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais - ALMG - , a Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos - CONEDH -, a Rede Nacional de Advogados Populares - RENAP/MG e o Sindicato dos Advogados de Minas Gerais ENVIARAM OFÍCIO a várias autoridades mineiras, inclusive ao Governador de MG, Sr. Antônio Anastasia e a Alberto Pinto Coelho, Governador de MG em exercício, EXIGINDO O ADIAMENTO DOS DESPEJOS que estão programados e sendo preparados para acontecer dia 01/08/2011: 300 famílias sem-casa, em Itabira, MG e outras 3.000 famílias sem-casa na cidade de Uberlândia.

Cf. abaixo e o Documento em anexo, com as assinaturas.

Caso não forem adiados esses despejos, o dia 01/08/2011 entrará para a história de Minas como o DIA DO TERROR, dia em que 3.300 famílias marginalizadas pelo Estado, sem ser atendidas pelo braço social do Estado de MG, receberam a truculência do Governo de MG e do Poder judiciário mineiro, que, covardemente, não respeita os princípios constitucionais da função social da propriedade, a dignidade humana, o republicanismo etc.

Cf. abaixo e o documento em anexo.

Obs.: Quem puder ajudar, que ajude!

Abraço na luta, Frei Gilvander Moreira,
assessor da CPT/MG.

Of.154/2011-CONEDH/MG

Belo Horizonte, 29 de julho de 2011.

Exmo. Sr .Governador do Estado de Minas Gerais;
Exmo. Sr. Secretário de Desenvolvimento Social;
Exma. Sra. Secretária da Casa Civil e Secretaria de Relações Institucionais;
Exmo. Sr. Juiz da 1ª Vara Civil da Comarca de Itabira -MG;
Exmo. Sr. Juiz da 4ª. Vara Cível da Comarca de Uberlândia -MG;
Exmo. Sr. Comandante do 26° BPM de Itabira/MG;
Exmo. Sr. Comandante do 17º. BPM de Uberlândia/MG;
Exmo. Sr. Prefeito de Itabira/MG e
Exmo. Prefeito de Uberlândia/MG.

A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS; a COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ORDEM DOS ADVOGADOS SEÇÃO DE MINAS GERAIS; o CONSELHO ESTADUAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DE MINAS GERAIS - CONEDH; a REDE NACIONAL DOS ADVOGADOS POPULARES DE MINAS GERAIS - RENAP e o SINDICATO DOS ADVOGADOS DE MINAS GERAIS, em  razão da iminência da efetivação dos despejos das Comunidade "Drumond", situada na zona urbana de Itabira/MG, bem como da comunidade abrangida pela confluência da BR 050 e 452, bairros São Francisco/Bairro Sucupira, Segismundo Pereira e Nova Mundo, na cidade de Uberlândia/MG, ambas as desocupações agendadas para ocorrer a partir de 01 (primeiro) de agosto de 2011, vêm, respeitosamente, as referidas entidades de defesa dos Direitos Humanos, propugnar, requerer e rogar pelo adiamento dos referidos despejos, eis que:
1- A Lei Estadual 13.604, de 28 de junho de 2000, prescreve para efetivação de desocupação de assentamentos rurais ou urbanos a criação de "Comissão Especial" para acompanhar os processos de desocupação com representação dos 03 (três) poderes do Estado de Minas Gerais. Entretanto, os despejos anunciados para os assentamentos de Itabira e Uberlândia não possuem instituída a comissão exigida pela Lei Estadual 13.604/2000.
2- Se não bastasse a ausência de preenchimento dos pressupostos da referida Lei Estadual 13.604/MG para efetivação dos despejos, corrobora para o adiamento dos mesmos, as conseqüências sociais que podem advir, pois é nosso dever alertar sobre as conseqüências de deixar em Itabira, cerca de 290 (duzentas e noventa) famílias e em Uberlândia, aproximadamente 3000 (três mil) famílias, sem qualquer alternativa de moradia digna, contrariando as Constituições Estadual e Federal e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Por fim, sem ser por último, rogamos os adiamentos dos despejos, para que a dignidade da pessoa humana, de tantas famílias, seja enquanto direitos humanos fundamentais possa ter solução justa do que os resultados dos inadmissíveis despejos.

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS.
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ORDEM DOS ADVOGADOS SEÇÃO DE MINAS
GERAIS
CONSELHO ESTADUAL DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DE MINAS
GERAIS
CONEDH.
REDE NACIONAL DOS ADVOGADOS POPULARES - RENAP/MG.
SINDICATO DOS ADVOGADOS DE MINAS GERAIS

Contato:

Joviano Mayer, cel.: 31 8815 4021
Padre José Geraldo de Melo, cel.: 031 8727 0021
Frei Gilvander Moreira, cel.: 031 9296 3040
Adilson, cel.: 031 8656 9616
Selma, cel.: 031 86611155

Um abraço afetuoso. Gilvander Moreira, frei Carmelita.
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
 http://www.gilvander.org.br/
 www.twitter.com/gilvanderluis
skype: gilvander.moreira

597- Comunidades Vazanteiras em Minas Gerais - Coluna do Frei Gilvander

Comunidades Vazanteiras de Minas Gerais reivindicam a proteção do rio do São Francisco, de suas lagoas e matas, dando início à autodemarcação de seus territórios tradicionais.


Hoje, no dia 24 de julho de 2011, estamos dando início à autodemarcação dos territórios das Comunidades Vazanteiras do rio São Francisco, criando a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Pau Preto no município de Matias Cardoso, Norte de Minas Gerais. E fazemos isto porque o Rio São Francisco, suas lagoas, matas e ilhas não podem ficar à exposição de tanta degradação, à inoperância do poder público em garantir a sua proteção, e em garantir os direitos das comunidades ribeirinhas que dele dependem.

Há muitos anos viemos denunciando a degradação de suas águas, a violência com que somos tratados, e o que vemos até hoje é o silêncio, cumplicidade e a omissão das autoridades. Foi no dia 27 de maio de 2006, cinco anos atrás, que lançamos o primeiro alerta contra esta degradação ambiental e social. Foi quando publicamos a CARTA-MANIFESTO DAS MULHERES E HOMENS VAZANTEIROS: Povos das águas e das “terras crescentes”. Enviamos esta carta ao então Presidente Lula, a todos os governadores em cujos estados o rio São Francisco percorre, sustentando com água e alimentos tantas vidas, e até hoje a resposta que tivemos foi o silêncio.

Em 2007 demos inicio, aqui na comunidade de Pau Preto, a uma negociação para evitar a expulsão de nosso território. A enorme degradação ambiental provocada pelo Projeto Jaíba obrigou que o Governo de Minas Gerais fizesse uma compensação ambiental criando parques estaduais. E os parques foram criados sem nenhuma consulta aos seus moradores, exatamente em cima das terras onde vivemos. Protestamos contra esta situação, pois enquanto o governo investe no Projeto Jaíba, com o desmatamento generalizado das matas secas, com o uso abusivo das águas do rio São Francisco, e contaminação com adubos químicos e agrotóxicos, nós, comunidades vazanteiras, somos penalizadas com a transformação das áreas onde vivemos e cuidamos como Parques ambientais. Como concordamos que é importante garantir a preservação ambiental de nossa região, propusemos que uma parcela pequena da área do Parque fosse transformada em uma RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável.

Passaram então três anos, o mandato do governador Aécio Neves terminou sem que tivéssemos conseguido a negociação, mesmo com a intervenção da Promotoria do São Francisco. Quando o Governador Anastasia veio a Matias Cardoso em 2010 já em campanha política, entregamos mais uma vez as nossas reivindicações. Inicia o novo governo e até agora o que vemos é o silêncio, a omissão. Solicitamos por diversas vezes que a SPU – Secretaria de Patrimônio da União - regularizasse os nossos territórios, reconhecendo a nossa ocupação ancestral nas áreas sob domínio da União, e até agora nada. As denuncias chegaram a Brasília e de lá foi enviada uma Comissão Especial do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A Comissão fez cobranças ao IEF, SPU e INCRA MG. E nada!

Por todo este descaso, com o rio São Francisco e com os seus povos, é que damos início hoje à autodemarcação de nossos territórios. Estamos iniciando com a Autodemarcação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Pau Preto. E não vamos ficar parados. Fazemos parte da Comissão de Povos e Comunidades Tradicionais do Norte de Minas e somos reconhecidos como população tradicional pela Comissão Nacional. Nós, Vazanteiros em Movimento vamos continuar, à nossa maneira, fazendo a proteção do rio. Vamos cuidar do rio, de suas lagoas, margens e ilhas, que são também o nosso território. Vamos cuidar da nossa maneira. E daqui não vamos sair. Por isso estamos todos juntos, vazanteiros e quilombolas que vivem nas barrancas do São Francisco dos municípios de Matias Cardoso, Manga, Itacarambi, no Norte de Minas Gerais.

Sabemos de nossos direitos, conferidos pela Convenção 169 da OIT, pelos artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988 e artigo 68 do ADCT, pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), pelo Decreto Federal 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, que regulamenta a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais. Por isso apresentamos as nossas reivindicações:

1. O reconhecimento da anterioridade de direitos de domínio das comunidades quilombolas sobre os seus territórios;

2. Prioridade da concessão de uso das terras da União nas margens do rio São Francisco às comunidades tradicionais vazanteiras;

3. Revitalização do rio São Francisco com pleno acesso aos seus recursos para os pescadores artesanais que vivem em comunidades tradicionais vazanteiras;

4. Preservação do cerrado, caatinga e mata atlântica, biomas que garantem a vitalidade do rio São Francisco.

E, exigimos de imediato:

- Reconhecimento e regularização pelo Governo de Minas Gerais da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Pau Preto que fica no entorno do Parque Estadual Verde Grande, município de Matias Cardoso;

- Reconhecimento e regularização da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Pau de Légua que fica no entorno do Parque Estadual da Mata Seca, município de Manga;

- Destinação das áreas da União do Rio São Francisco para as comunidades vazanteiras do São Francisco com o objetivo de possibilitar a ordenação e uso racional e sustentável dos recursos naturais mediante a outorga de Termo de Autorização de Uso Sustentável – TAUS -, a ser conferido pela SPU de acordo com a Portaria 89 de 15 de abril de 2010;

- Realização pelo INCRA/MG do RTID - Relatório Técnico de Identificação e Delimitação do Território do Quilombo da Lapinha, município de Matias Cardoso;

- Destinação pelo IEF da Sede da Fazenda Casagrande para o Quilombo da Lapinha, reconhecendo o desrespeito realizado pelo órgão ao adquirir esta propriedade que estava em conflito com a comunidade e com uma ação na justiça.

Matias Cardoso, aos 24 de julho de 2011.

Assinam esta carta

VAZANTEIROS EM MOVIMENTO: POVOS DAS ÁGUAS E DAS TERRAS CRESCENTES

CONTATOS:

Maria Zilah, da CPT/MG, cel.: 038 9197 7784 ou 038 9847 4848

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sexta-feira, 29 de julho de 2011

596- Revista na Web: Socialismo ou barbarie.

Sugestão de revista na WEB muito interessante com vários artigos bons:
http://www.socialismo-o-barbarie.org/

595- Texto para a pós-graduação - Joseph Stiglitz - A crise ideológica do capitalismo ocidental

A crise ideológica do capitalismo ocidental

Realmente precisamos de outro experimento custoso com ideias que fracassaram repetidamente? Não deveríamos precisar, no entanto, parece cada vez mais que teremos que suportar outro fracasso. Um fracasso na Europa ou nos Estados Unidos para voltar ao crescimento sólido seria ruim para a economia mundial. Um fracasso em ambos os lugares seria desastroso – inclusive se os principais países emergentes conseguirem um crescimento autossustentável. Lamentavelmente, a menos que prevaleçam as mentes sábias, este é o caminho para o qual o mundo se dirige. O artigo é de Joseph Stiglitz.

Há apenas alguns anos atrás, uma poderosa ideologia – a crença nos mercados livres e sem restrições – levou o mundo à beira da ruína. Mesmo em seus dias de apogeu, desde o princípio dos anos oitenta até o ano de 2007, o capitalismo desregulado ao estilo estadunidense trouxe maior bem estar material só para os mais ricos no país mais rico do mundo. De fato, ao longo dos 30 anos de ascensão desta ideologia, a maioria dos estadunidenses viram suas receitas diminuir ou estancar ano após ano.

Mais do que isso, o crescimento da produção nos Estados Unidos não foi economicamente sustentável. Com tanto da receita nacional dos EUA sendo destinada para tão poucos, o crescimento só podia continuar por meio do consumo financiado por uma crescente acumulação da dívida. Eu estava entre aqueles que esperavam que, de alguma maneira a crise financeira pudesse ensinar aos estadunidenses (e a outros) uma lição acerca da necessidade de maior igualdade, uma regulação mais forte e um melhor equilíbrio entre o mercado e o governo. Desgraçadamente, isso não ocorreu. Ao contrário, um ressurgimento da economia da direita, impulsionado como sempre, por ideologia e interesses especiais, uma vez mais ameaça a economia mundial – ou, ao menos, as economias da Europa e dos EUA, onde estas ideias continuam florescendo.

Nos EUA, este ressurgimento da direita, cujos partidários, evidentemente, pretendem derrogar as leis básicas da matemática e da economia, ameaça provocar uma moratória da dívida nacional. Se o Congresso ordena gastos que superam as receitas, haverá um déficit e esse déficit deve ser financiado. Em vez de equilibrar cuidadosamente os benefícios da cada programa de gasto público com os custos de aumentar os impostos para financiar tais benefícios, a direita procura utilizar um pesado martelo – não permitir que a dívida nacional aumente, forçando os gastos a limitarem-se aos impostos.

Isso deixa aberta a interrogação sobre quais gastos terão prioridade – e se os gastos para pagar juros da dívida nacional não forem prioridade, uma moratória é inevitável. Além disso, cortar os gastos agora, em meio de uma crise em curso provocada pela ideologia de livre mercado, simples e inevitavelmente só prolongaria a recessão.

Há uma década, em meio a um período de auge econômico, os EUA enfrentavam um superávit tão grande que ameaçou eliminar a dívida nacional. Reduções de impostos insustentáveis e guerras, uma recessão importante e crescentes custos de atenção com saúde – impulsionados em parte pelo compromisso da administração de George W. Bush de outorgar às companhias farmacêuticas liberdade para a fixação de preços, inclusive com dinheiro do governo em jogo – rapidamente transformaram um enorme superávit em déficits recordes em tempos de paz.

Os remédios para o déficit dos EUA surgem imediatamente deste diagnóstico: os EUA devem trabalhar para estimular sua economia; deve-se por um fim às guerras sem sentido; controlar os custos militares e com medicamentos; aumentar impostos, ao menos para os mais ricos. Mas a direita não quer saber nada disso e está pressionando para obter ainda mais reduções de impostos para as corporações e os ricos, juntamente com os cortes de gastos em investimentos e proteção social, o que coloca o futuro da economia dos EUA em perigo e destrói o que resta do contrato social. Enquanto isso, o setor financeiro dos EUA pressiona fortemente para libertar-se das regulações, para que possa voltar às suas anteriores práticas desastrosas e despreocupadas.

Mas as coisas estão um pouco melhores na Europa. Enquanto a Grécia e outros países enfrentam crises a medicina em voga consiste simplesmente em pacotes de austeridade e privatização desgastados pelo tempo, os quais só deixarão os países que os adotarem mais pobres e vulneráveis. Esse remédio fracassou no leste da Ásia, na América Latina e em outros lugares e fracassará também na Europa. De fato, já fracassou na Irlanda, Letônia e Grécia.

Há uma alternativa: uma estratégia de crescimento econômico apoiada pela Uniçao Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional. O crescimento restauraria a confiança de que a Grécia poderia pagar suas dívidas, fazendo com que as taxas de juros baixem e deixando mais espaço fiscal para mais investimentos que propiciem o crescimento. O crescimento por si mesmo aumenta as receitas por meio dos impostos e reduz a necessidade de gastos sociais, como o pagamento de seguro desemprego, por exemplo. Além disso, a confiança que isso engendra conduz a mais crescimento ainda.

Lamentavelmente, os mercados financeiros e os economistas de direita entenderam o problema exatamente ao contrário. Eles acreditam que a austeridade produz confiança e que a confiança produz crescimento. Mas a austeridade solapa o crescimento, piorando a situação fiscal do governo ou ao menos produzindo menos melhorias que as prometidas pelos promotores da austeridade. Em ambos os casos, se solapa a confiança e uma espiral descendente é posta em marcha.

Realmente precisamos de outro experimento custoso com ideias que fracassaram repetidamente? Não deveríamos precisar, no entanto, parece cada vez mais que teremos que suportar outro fracasso. Um fracasso na Europa ou nos Estados Unidos para voltar ao crescimento sólido seria ruim para a economia mundial. Um fracasso em ambos os lugares seria desastroso – inclusive se os principais países emergentes conseguirem um crescimento autossustentável. Lamentavelmente, a menos que prevaleçam as mentes sábias, este é o caminho para o qual o mundo se dirige.

(*) Joseph Stiglitz foi Prêmio Nobel de Economia em 2001

Tradução: Katarina Peixoto

594- Texto para a pós-graduação - Golpe de estado financeiro ameaça democracia europeia por Michael Hudson

Golpe de estado financeiro ameaça democracia europeia 

O recente discurso do presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, carrega consigo o programa de um verdadeiro golpe de estado financeiro contra a democracia europeia. O que está em questão é se Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e o resto da Europa terminarão por destruir o reformismo democrático e derivar para uma oligarquia financeira. O objetivo financeiro é evitar os parlamentos para exigir um “consenso” que dê prioridade aos credores estrangeiros a custo do conjunto da economia. Exige-se dos parlamentos que abdiquem de seu poder político legislativo em favor dos banqueiros. O artigo é de Michael Hudson.

Data: 06/06/2011

Pouco depois de o Partido Socialista ter vencido as eleições para a Assembleia Nacional grega no outono de 2009, saltou aos olhos que as finanças públicas do país estavam em frangalhos. Em maio de 2010, o presidente francês Nicolas Sarkozy encabeçou a proposta de arredondar para cima, até os 120 bilhões de euros, o volume de dinheiro que os governos europeus teriam que usar para subsidiar o nada progressivo sistema fiscal grego que afundou o país na dívida. Uma dívida que os bancos de Wall Street tinham ajudado a esconder com técnicas contábeis dignas da Enron.

O sistema fiscal grego operava como um tubo sugador de receitas para pagar os bancos alemães e franceses que compravam títulos públicos gregos (com suculentas e crescentes taxas de juros). Os banqueiros estão se movendo agora para formalizar esse papel, uma condição oficial para ir cobrando os títulos gregos à medida que eles vão vencendo e esticar assim a corda financeira de curto prazo sob a qual a Grécia está operando agora. Os atuais portadores desses títulos obterão enormes lucros se este plano tiver êxito.

A agência Moody’s rebaixou a classificação da dívida grega a níveis de papeis podres, no dia 1° de junho (passando de B1, que já era um nível muito baixo, para Caa1), estimando em 50% a possibilidade de quebra. O rebaixamento serve para apertar ainda mais o cinto do governo grego. Independentemente do que façam as autoridades gregas, observou a Moody’s, “aumenta a probabilidade de que os sustentadores da Grécia (FMI, Banco Central Europeu e a Comissão da União Europeia: a “Troika”) necessitem, em algum momento futuro, da participação de credores privados em uma reestruturação da dívida como condição necessária para encontrar apoio financeiro.

Lançar a Grécia em uma guerra de classes para salvar a banca privada alemã e francesa
A condição necessária para que arranque o novo pacote “reformado” de empréstimos é que a Grécia entre numa guerra de classes aumentando seus impostos e rebaixando seu gasto social – incluindo as pensões do setor privado – e liquide e ponha em leilão terras públicas, enclaves turísticos, ilhas, portos, água e sistemas de esgoto. Isso aumentará o custo de vida e o custo para fazer negócios, atingindo a já limitada competitividade das exportações do país. Os banqueiros apresentam isso farisaicamente como um “resgate” das finanças gregas.

O que realmente foi resgatado há um ano, em maio de 2010, além de outros investidores estrangeiros, foram os bancos franceses, detentores de um bilhão de euros em títulos gregos e os bancos alemães, detentores de outros 23 bilhões. O problema era como conseguir que os gregos apoiassem a iniciativa. O recém eleito primeiro ministro socialista George Papandreu parecia capaz de entregar a seu eleitorado as linhas seguidas pelos neoliberais partidos socialdemocratas e trabalhistas em toda a Europa: privatizar as infraestruturas básicas e comprometer receitas futuras para pagar os banqueiros.

Nunca houve melhor ocasião que esta para servir-se da corda financeira e despojar de propriedades e apertar o garrote fiscal. Os banqueiros, por sua parte, estavam prontos a conceder empréstimos para financiar compras privadas de loterias e jogos públicos, sistemas de telefonia, portos, sistemas de transporte e outras oportunidades de monopólio. E no que diz respeito às próprias classes ricas gregas, o pacote de créditos da União Europeia conseguiria manter o país na eurozona o suficiente para permitir que retirassem seu dinheiro do país, antes que chegue o momento em que a Grécia se veja forçada a abandonar o euro e voltar a uma dracma rapidamente desvalorizada. Até que não chegue a esse ponto de regresso a uma moeda própria em queda, a Grécia tem que seguir a política báltica e irlandesa de “desvalorização interna”, isto é: de deflação salarial e corte de gastos públicos – exceto para pagar o setor financeiro – a fim de rebaixar o emprego e, assim, os níveis salariais.

O que realmente resulta desvalorizado nos programas de austeridade ou de desvalorização monetária é o preço do trabalho. Ou seja, o principal custo interno, posto que há um preço mundial comum para combustíveis e minerais, bens de consumo, alimentos e até crédito. Se os salários não podem ser reduzidos pela via da desvalorização interna (com um desemprego que, começando pelo setor público, induza quedas salariais), a desvalorização da moeda fará o trabalho até o fim.

É assim que a guerra dos países credores contra os países devedores na Europa torna-se uma guerra de classes. Mas para impor tamanha reforma neoliberal, é preciso que a pressão externa passe ao largo dos parlamentos nacionais democraticamente eleitos. Pois não é de se esperar que os eleitores de todos os países acabem sendo tão passivos como os da Letônia e da Irlanda quando se age manifestamente contra os seus interesses.

A maioria da população grega se dá conta do que está acontecendo a medida que esse cenário se desenhava ao longo de 2010. “O próprio Papandreu admitiu que não tem voz nas medidas econômicas que são lançadas contra nós”, disse Manolis Glezos, representante da esquerda. “Foram decididas pela União Europeia e pelo FMI. Agora, estamos sob supervisão externa, o que coloca questões sobre nossa independência econômica, militar e política”. No lado da direita política, o dirigente conservador Antonis Samaras disse, dia 27 de maio, quando avançavam as negociações com a troika europeia: “não estamos de acordo com uma política que mata nossa economia e destrói nossa sociedade...A Grécia só tem uma saída: a renegociação do acordo de resgate (com a UE e o FMI)”.

Mas os credores da UE negam essa possibilidade: rechaçar o acordo, ameaçam, significaria uma retirada de fundos de tamanha gravidade, que causaria um colapso bancário e a anarquia.

Os gregos se negaram a render-se resignadamente. As greves iniciadas pelos sindicatos do setor público logo se converteram em um movimento nacional, o “Eu não pago”: os gregos passaram a se negar a pagar em postos de pedágio nas estradas ou em outros postos de acesso público. A polícia e os fiscais se abstiveram de obrigar a população a pagar. O nascente consenso populista levou o primeiro ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Junker a lançar uma ameaça similar aquela que o britânico Gordon Brown levantou contra a Islândia: se a Grécia não cumprir as exigências dos ministros das finanças europeus, será bloqueado o crédito que o FMI acertou para junho. Isso, por sua vez, bloquearia os pagamentos do governo grego aos banqueiros estrangeiros e aos fundos abutres que vêm comprando uma dívida grega cada vez mais depreciada.

Para muitos gregos isso é como se os ministros de finanças ameaçassem dar um tiro nos próprios pés. Se não há dinheiro com que pagar, os portadores estrangeiros de títulos sofreriam, ao menos até que a Grécia conseguisse levantar sua economia. Mas se trata de um grande “se”. O primeiro ministro socialista Papandreu imitou a socialdemocrata islandesa Sigurdardottir pedindo um “consenso” para obedecer aos ministros de finanças da UE. “Os partidos da oposição rechaçaram seu último pacote de austeridade, argumentando que o aperto de cinto acertado em troca de um resgate de 110 bilhões de euros enfraqueceria completamente a economia”.

O que está em questão na Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e no resto da Europa
O que está em questão é se Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e o resto da Europa terminarão por destruir o reformismo democrático e derivar para uma oligarquia financeira. O objetivo financeiro é evitar os parlamentos para exigir um “consenso” que dê prioridade aos credores estrangeiros a custo do conjunto da economia. Exige-se dos parlamentos que abdiquem de seu poder político legislativo. O significado do “mercado livre”, neste momento, é planificação central nas mãos dos banqueiros centrais. Essa é a nova via rumo à servidão pela dívida a que estão levando os “mercados livres” financeirizados: mercados “livres” para que os privatizadores cobrem preços monopolistas por serviços básicos “livres” de regulações de preços e de regulações antioligopólicas, “livres” de limitações ao crédito para proteger os devedores e, sobretudo, “livres” de interferências por parte dos parlamentos eleitos. Em uma perversão da linguagem, chama-se de “alternativa” à servidão ao processo de fixação de preços para os monopólios naturais – transporte, comunicação, loterias – retirados do domínio público. Na verdade, é o caminho da servidão pela dívida rumo a um verdadeiro neofeudalismo financeirizado, que é o que está se desenhando no horizonte do futuro. Essa é a filosofia econômica do nosso tempo.

A concentração do poder financeiro em mãos não democráticas era inerente já ao modo pelo qual começou a se forjar na Europa a planificação centralizada em mãos financeiras. O Banco Central europeu não tem atrás de si nenhum governo eleito que possa arrecadar impostos. A Constituição da UE proíbe ao BCE o resgate de governos. E os artigos do acordo com o FMI proíbem também que esta ofereça apoio fiscal aos déficits orçamentários nacionais. “Um Estado membro podo obter créditos do FMI somente se “for necessário para equilibrar sua balança de pagamentos ou sua posição de reservas”. O problema de Grécia, Irlanda e Portugal não é com as reservas internacionais. O FMI está fazendo empréstimos por problemas orçamentários. E se supõe que não é isso o que deveria fazer.

O Banco Federal alemão disse isso muito claramente em seu informe do mês de março: “Qualquer contribuição financeira do FMI para resolver problemas que não envolvam necessidade de moeda estrangeira – como o financiamento direto de déficits orçamentários – seria incompatível com seu mandato monetário”. O presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e o economista chefe, Olivier Blanchard, estão levando o FMI a um território proibido, e não há tribunal de justiça que possa detê-los” (Roland Vaubel, “Europe’s Bailout Politics”, The International Economy, Primavera de 2011, p. 40).

A moral da história é: quando se trata de salvar os banqueiros, ignoram-se as regras a fim de servir a uma “justiça mais alta”, que é a de evitar que os bancos e seus sócios das altas finanças percam dinheiro. O que contrasta vivamente com a política do FMI para os trabalhadores e os “contribuintes”. A luta de classes regressou ao mundo dos negócios: vingativa e, desta vez, com os banqueiros como vencedores.

A UE substituiu os Estados nacionais pela planificação dos banqueiros e, por essa via, a política democrática foi substituída pela oligarquia financeira
A Comunidade Econômica Europeia, que precedeu a atual União Europeia, foi criada por uma geração de dirigentes cujo principal objetivo era por fim às intermináveis guerras intestinas que assolaram a Europa durante mil anos. O objetivo de muitos deles era por fim aos próprios Estados nacionais, na suposição de que são as nações que vão à guerra. O que se esperava era que a democracia econômica derrotaria a mentalidade monárquica e aristocrática, inebriada pela glória e pela conquista.

Internamente, a reforma econômica depuraria as economias europeias do legado das passadas conquistas feudais de territórios e, em geral, de bens comuns públicos. O objetivo era beneficiar o conjunto da população europeia. Esse era o programa reformista da economia política clássica.

A integração europeia começou pelo comércio, a via de menor resistência: a Comunidade do Carvão e Ação promovida por Robert Schuman, em 1952, seguida, em 1957, pela Comunidade Econômica Europeia (CEE, o Mercado Comum). A integração aduaneira comum e a Política Agrícola Comum (PAC) foram complementados com a integração financeira. Mas, na falta de um Parlamento continental real que legislasse, fixasse taxas, protegesse as condições de trabalho, defendesse os consumidores e controlasse os centros bancários extraterritoriais, a planificação central passa para as mãos dos banqueiros e das entidades financeiras. Essa é a consequência de substituir os Estados nacionais pela planificação dos banqueiros. Deste modo, a política democrática foi substituída pela oligarquia financeira.

As finanças como forma de guerra
As finanças são uma forma de guerra. Como na conquista militar, seu objetivo é garantir o controle da terra e das infraestruturas públicas, e impor tributos. Isso envolve ditar leis a seus súditos e concentrar o planejamento social e econômico em mãos centralizadas. Isso é o que está se fazendo agora com meios financeiros, sem o custo, para o agressor, de ter que colocar um exército sobre o campo de batalha. Mas as economias sob ataque podem terminar tão profundamente devastadas pelos rigores financeiros quanto seriam por investidas militares, provocando contração demográfica, encurtamento da média de vida, emigração e fuga de capitais.

E essa ofensiva não é comandada por Estados nacionais como tais, mas sim por uma classe financeira cosmopolita. As finanças sempre foram mais cosmopolitas do que nacionalistas, e sempre procuraram impor suas prioridades e seu poder legislador sobre as democracias parlamentares.

A estratégia financeira, como é a de qualquer monopólio, busca bloquear o poder público regulador ou fiscalizador. Desde a perspectiva financeira, a função ideal do Estado é robustecer e proteger o capital financeiro e o “milagre do juro composto”, que faz com que as fortunas sigam se multiplicando exponencialmente, de modo mais rápido do que a economia pode crescer, até que começa a abocanhar pedaços da economia real, fazendo com ela o mesmo que os credores predatórios e os rentistas fizeram com o Império Romano.

Essa dinâmica financeira é o que ameaça quebrar a Europa de nossos dias. Mas a classe financeira ganhou poder o suficiente para inverter o tabuleiro ideológico e insistir com certo êxito que o que ameaça a unidade Europa são as populações nacionais que atuam resistindo às exigências cosmopolitas do capital financeiro para impor políticas de austeridade aos trabalhadores. Pretende-se que dívidas que já se tornaram impagáveis passem para a contabilidade pública: sem necessidade de batalha militar alguma, cabe dizer; ao menos, os banhos de sangue são coisa do passado.

Do ponto de vista das populações irlandesa e grega (às quais talvez não tardem a se somar a portuguesa e a espanhola), os governos nacionais parlamentares irão se mobilizar para impor os termos de uma rendição incondicional aos planificadores financeiros. Quase poderia se dizer que o ideal é reduzir os parlamentos a regimes títeres locais ao serviço de uma classe financeira cosmopolita que se serve da alavancagem creditícia para se apropriar dos restos do domínio público que costumavam ser chamados de “bens comuns”. Deste modo, estamos entrando em um mundo pós-medieval de fechamentos: um novo movimento impulsionado por uma lei financeira revogadora da lei comum civil e depredadora do bem comum.

Trichet rascunha o programa de um golpe de estado financeiro contra a democracia europeia
Dentro da Europa, o poder financeiro se concentra na Alemanha, França e Holanda. Seus bancos são os maiores detentores de títulos públicos da Grécia, de quem se exige austeridade agora. Seus bancos são também os maiores portadores de títulos dos bancos irlandeses, que já foram resgatados pelos contribuintes irlandeses.

No dia 2 de junho de 2011, o presidente do BCE, Jean-Cluade Trichet rascunhou o esquema adequado para estabelecer o regime de oligarquia financeira por toda a Europa. De modo muito apropriado, anunciou seu plano logo após receber o prêmio Carlos Magno, na Alemanha, o que simbolicamente expressava que a Europa unificou-se, não sobre o fundamento da paz econômica sonhado pelos arquitetos do Mercado Comum nos anos 50, mas sim sobre fundamentos oligárquicos diametralmente opostos.

No início do seu discurso (“Construir a Europa, construir instituições”), Trichet louvou muito oportunamente o Conselho Europeu, dirigido pelo senhor Van Rompuy, e o Eurogrupo dos ministros das finanças, dirigido pelo senhor Juncker, por ter proporcionado direção e impulso. Juntos, formam o que a imprensa popular europeia chama de a “troika” de credores. O discurso do senhor Trichet referiu-se ao “triálogo” entre o Parlamento, a Comissão e o Conselho.

A tarefa da Europa, explicou, era seguir Erasmo a ponto de levá-la mais além de seu “tradicional e restrito conceito de nacionalidade”. O problema da dívida exigiu novas “medidas de política monetária: as chamamos de medidas ‘não standard’, estritamente separadas das decisões ‘standard’, e orientadas a restaurar uma melhor transmissão de nossa política monetária nas presentes condições anormais dos mercados”. O problema atual é o de converter essas condições em uma nova normalidade: a de pagar dívidas e redefinir a solvência para refletir a capacidade de pagamento de uma nação pela via de colocar em leilão a esfera pública.

“Os países que não viveram de acordo com a letra e o espírito das regras experimentaram dificuldades”, observou Trichet. “Via contágio, essas dificuldades acabaram por afetar outros países da unidade europeia. Tornar essas regras mais estritas para prevenir políticas sem sentido é, assim, uma prioridade urgente”. Seu uso do termo “contágio” apresenta como uma enfermidade o que não é senão o governo democrático e a proteção dos devedores. Reminiscente do discurso dos coronéis gregos, com o qual começa o famoso filme “Z”: combater o esquerdismo como se se tratasse de uma praga agrícola a exterminar com o pesticida ideológico adequado. O senhor Trichet fazia sua a retórica dos coronéis. A tarefa dos socialistas gregos é, evidentemente, fazer o que os coronéis e seus sucessores conservadores não puderam fazer: entregar o mundo do trabalho ao domínio de contrarreformas econômicas irreversíveis.

“Há medidas em curso que implicam assistência financeira sob estritas condições, plenamente de acordo com a política do FMI. Sou consciente de que muitos observadores têm reparos e questionam onde essa política nos levará. A linha que separa a solidariedade regional e a responsabilidade individual pode ser apagada caso não se cumpram estritamente as condições postas. Em minha opinião, o apropriado seria prever, no médio prazo, duas etapas para os países em dificuldades. Isso, naturalmente, traria consigo uma mudança do Tratado”.

“Em uma primeira etapa, está justificado garantir ajuda financeira no contexto de um forte programa de ajustes. É apropriado dar aos países uma oportunidade para corrigir por si mesmos a situação e restaurar a estabilidade. Ao mesmo tempo, essa ajuda é do interesse do conjunto da área euro, pois previne a difusão das crises, que poderia provocar danos em outros países”.

“É da maior importância que o ajuste seja feito, que os países – governo e oposição – se unam para garantir o esforço requerido, e que os países que vão fornecer a ajuda supervisionem com muita atenção o desenvolvimento do programa”.

“Mas se um país ainda não está preparado para isso, creio que todos estaremos de acordo que, neste caso, a situação é muito distinta. Seria ir demasiado longe dizer que, nesta segunda etapa, teríamos que dar às autoridades da zona euro uma capacidade de decisão muito mais profunda e autorizada na formação das políticas econômicas do país, se estas seguissem um caminho desastroso? Uma influência direta, muito acima e muito mais além da pura supervisão reforçada do presidente” (o grifo aqui é do autor, M.H.)


O presidente do BCE apresentou aí a premissa política chave de seu programa de reformas (se é que se pode usar essa palavra para fazer de políticas que são precisamente o contrário do programa reformista da ilustração europeia):

“Podemos ver diante de nossos olhos que o pertencimento à União Europeia, e mais ainda à Unidade Monetária Europeia, introduz uma nova compreensão do modo de exercer a soberania. A interdependência significa que os países, de fato, não têm autoridade interna completa. Podem experimentar crises causadas inteiramente pelas absurdas políticas econômicas de outros países”.

“Com um novo conceito de uma segunda etapa poderíamos mudar drasticamente a presente forma de govenrnança baseada na dialética de supervisão, recomendações e sanções. Com o atual conceito, todas as decisões ficam nas mãos do país concernido, mesmo que as recomendações não sejam aplicadas e mesmo que sua atitude gere dificuldades maiores para outros países membros. Com o novo conceito, não só seria possível, como também obrigado em certos casos, que em uma segunda etapa as autoridades europeias – o Conselho, baseado nas propostas da Comissão -, juntamente com o Banco Central europeu, tomassem diretamente decisões aplicáveis à economia em questão”.

“Uma forma de imaginar isso é que as autoridades europeias tivessem direito de veto sobre algumas decisões de políticas econômicas nacionais. Em particular, isso poderia incluir grandes gastos públicos, assim como elementos essências para a competitividade do país...”


Por “políticas econômicas absurdas”, o senhor Trichet entende, por exemplo, a postura de negar-se a pagar dívidas, ou depreciá-las para adequá-las à capacidade de pagamento, sem colocar em leilão o próprio território e privatizar monopólios de serviços públicos. A postura, em resumo, de negar-se a substituir a democracia econômica pelo controle dos banqueiros. Enfiando e retorcendo a faca na longa história do idealismo europeu, Trichet apresenta falsamente sua proposta de golpe de estado financeiro como se ela seguisse o espírito de Jean Monnet, Robert Schuman e outros democratas que promoveram a integração europeia na esperança de criar um mundo mais pacífico: um mundo que deveria ser mais próspero e produtivo, não um mundo baseado no despojo financeiro de ativos.

“Jean Monnet escreveu há 35 anos em suas memórias: ‘Ninguém pode dizer hoje qual será o marco institucional da Europa do futuro por causa da impossibilidade de prever as mudanças que serão provocadas pelas mudanças do presente”.

“Nesta mudança do amanhã, ou do depois do amanhã, seria demasiado ousado prever, no campo econômico, um mercado único, uma moeda única e um banco central único, um ministério das finanças da União europeia? Não necessariamente um ministério de finanças que administre um grande orçamento federal. Mas um ministério de finanças que exerça responsabilidades diretas ao menos em três domínios: primeiro, a supervisão tanto das políticas sociais como das de competitividade, assim das responsabilidades diretas antes mencionadas no concernente a países na ‘segunda etapa’ dentro da área euro; segundo, todas as responsabilidades típicas dos setores executivos relacionados ao setor financeiro integrado da união, assim como no tocante ao acompanhamento da plena integração dos serviços financeiros; e, terceiro, a representação da confederação da união em instituições financeiras internacionais”.

“Husserl concluiu sua conferência de uma maneira visionária: ‘A crise existencial da Europa só pode terminar de duas formas: com a sua renúncia (...) precipitando-se em um espírito de ódio e na barbárie; ou com o seu renascimento a partir do espírito da filosofia, por meio de um heroísmo da razão (...)”.


Como observou meu amigo Marshall Auerback a propósito deste discurso, sua mensagem é bastante familiar como descrição do que está ocorrendo nos Estados Unidos: “É a resposta do Partido Republicano, em Michigan. Toma o controle das cidades em crise governadas por minorias desfavorecidas, tira do poder seus governos democraticamente eleitos e usa de poderes extraordinários para impor austeridade”. Em outras palavras, não há espaço, na União Europeia, para a atuação de nenhuma agência tal como a proposta por Elizabeth Warren para os EUA. Não é esse tipo de integração idealista que aspiram Trichet e o BCE. O que eles querem conduz aos créditos de encerramento do filme “Z”. As coisas proibidas pela Junta de Coronéis incluem: movimentos pacifistas, greves, sindicatos de trabalhadores, homens com cabelo comprido, The Beatles, música moderna e popular, Sófocles, León Tolstoy, Ésquilo, escrever que Sócrates era homossexual, Eugene Ionesco, Jean-Paul Sartre, Anton Chekov, Harold Pinter, Edward Albee, Mark Twain, Samuel Beckett, sociologia, enciclopédias internacionais, imprensa livre e nova matemática. Também foi proibida a letra “Z”, usada como símbolo para recordar que Grigoris Lambrakis e seu espírito de resistência vivem (zi=”ele (Lambrakis) vive”.

No cuidadoso resumo que o Wall Street Journal fez do discurso de Trichet:

“se um país resgatado não se adequa ao programa de ajuste fiscal, então poderia se exigir dele uma ‘segunda etapa’, que possivelmente envolveria dar às autoridades da eurozona uma capacidade de decisão muito mais profunda e autorizada na formação das políticas econômicas do país (...) As autoridades da eurozona – singularmente, suas instituições financeiras, não as instituições democráticas voltadas à proteção dos trabalhadores e dos consumidores, à melhoria da qualidade de vida, etc. – poderiam chegar a ter, sob tal regime, direito de veto sobre certas decisões de política econômicas. Em particular, poderiam vetar grandes gastos públicos e elementos essenciais para a competitividade do país”.

Citando a lúgubre interrogação de Trichet – nesta união do amanhã, será demasiado ousado, no campo econômico, imaginar um ministério de finanças para a união? – o artigo observava que “um ministério assim, não necessariamente disporia de um grande orçamento federal, mas implicaria a supervisão e a apresentação de vetos, e representaria o bloqueio monetário nas instituições financeiras internacionais”.

De acordo com minhas próprias recordações, o idealismo socialista logo depois da II Guerra Mundial via os estados nacionais como instrumentos bélicos. Esta ideologia pacifista eclipsou a ideologia socialista originária de fins do século XIX, que buscava reformar os Estados para tirar o poder legislativo e o poder fiscal das mãos das classes que os dominavam desde que as invasões vikings estabeleceram na Europa o privilégio feudal, a posse absenteísta de terras, o controle financeiro dos monopólios comerciais e, logo em seguida, de modo crescente, o privilégio bancário de criação da moeda.

Como observou recentemente meu colega da Universidade de Missouri, em Kansas, o professor William Black, no blog econômico da UMKC:

“Um dos grandes paradoxos é que os governos da periferia, geralmente orientados para a centro-esquerda, adotaram tão entusiasticamente as receitas ultradireitistas aferradas à ideia de que a austeridade é uma resposta apropriada a uma grande recessão. A razão pela qual partidos de esquerda abraçam recomendações de economistas de ultradireita, cujos dogmas antirregulatórios contribuíram para causar a crise é um dos grandes mistérios da vida. Suas políticas são autodestrutivas economicamente e suicidas politicamente.

A Grécia e a Irlanda se converteram na pedra de toque para saber se as economias serão sacrificadas para pagar umas dívidas que não podem ser pagas. A ameaça que está no horizonte é um intervalo no qual o caminho para a quebra e a austeridade permanente trará consigo o crescente despojo de terras e empresas públicas subtraídas do domínio comum, o crescente desvio de mais e mais receitas dos consumidores para pagar o serviço da dívida, o aumento dos impostos para que os governos paguem aos portadores de títulos públicos e uma crescente proporção das receitas empresariais para pagar banqueiros.

Se isso não é uma guerra, o que é?

(*) Michael Hudson é ex-economista de Wall Street e atualmente um Pesquisador destacado na Universidade do Missouri, Kansas City (UMKC), e presidente do Instituto para o estudo das tendências de longo prazo da economia (Institute for the Study of Long-Term Economic Trends ISLET). É autor de vários livros, incluindo Super Imperialism: The Economic Strategy of American Empire (new ed., Pluto Press, 2002) [Super Imperialismo: A Estratégia Econômica do Império Ameicano] e Trade, Development and Foreign Debt: A History of Theories of Polarization v. Convergence in the World Economy. [Comércio, Desenvolvimento e Dívida Exerna: Uma História das Teorias da Polarização versus Convergência na Economia Mundial

Tradução: Katarina Peixoto

593- Uma música e um filme - Al otro lado del río - Diários de motocicleta.

Um filme e uma música. Muita esperança em novos tempos que estão chegando. A única certeza é que vai mudar, por mais que os conservadores não queiram...vai mudar. Estas manifestações sombrias de violência, intolerância, racismo são claras manifestações de esgotamento de um sistema fundado na competição ,no consumo desmedido, na ganância e no egoismo. Está acabando e precisamos ajudar a construir o novo. É necessário acreditar.



 Diários de motocicleta

http://www.cifraclub.com.br/jorge-drexler/al-otro-lado-del-rio/

Al Otro Lado Del Río

Jorge Drexler

 Jorge Drexler
Tom: G
  
Intro
G9         G9/+4   
G9         G9/+4    32
G9/5  G9/+4  G9

G9                              G9/+4
Clavo mi remo en el agua
G9                 F#m7/4    Em 
 Llevo tu remo     en el mío
Cm7                             F7
 Creo que he visto una luz  
A4*        D7/4/9    G9   (Intro)
Al otro lado del río
G9                      G9/+4
 El día le irá pudiendo 
G9               F#m7/4 Em
Poco a poco  al         frío 
Cm7                            F7
 Creo que he visto una luz 
A4+*       D7/4/9      G9
Al otro   lado  del río

| G9 | G9/+4 | G9 | F/G G7/9 |

         C7M          Bm7
 Sobre todo creo que 
Em                 A4+  A7
No todo está perdido
 Am7
 Tanta lágrima, 
D79
Tanta lágrima y yo, 
Am7          Cm7   F7/13
     Soy un vaso vacío
Cm7                             F7
Oigo una voz que me llama 
                 G9       
Casi un suspiro 
G9      G9/+4     G9     G9/+4    G9    G9/+4   G9     G9/+4
Rema, rema,   rema-a              Rema, rema,  rema-a

G9                              G9/+4
En esta orilla del mundo 
G9                 F#m7/4    Em 
Lo que no es presa es baldío 
Cm7                             F7
 Creo que he visto una luz  
A4*        D7/4/9    G9   (Intro)
Al otro lado del río


G9           F#m7/4          Em    Eb5+  E7*
 Yo muy serio voy remando 
          C7M        G7M
Muy adentro sonrío
Cm7                             F7
 Creo que he visto una luz 
A4+*       D7/4/9      G9
Al otro   lado  del río

| G9 | G9/+4 | G9 | F/G G7/9 |

C7M          Bm7
 Sobre todo creo que 
Em                 A4+  A7
No todo está perdido
 Am7
 Tanta lágrima, 
D79
Tanta lágrima y yo, 
Am7          Cm7   F7/13
     Soy un vaso vacío
Cm7                             F7
Oigo una voz que me llama 
                 G9       
Casi un suspiro 
G9      G9/+4     G9     G9/+4    G9    G9/+4   G9     G9/+4
Rema, rema,   rema-a              Rema, rema,  rema-a


Clavo mi remo en el agua 
Llevo tu remo en el mío
Creo que he visto una luz 
Al otro lado del río


G9      (3 x 0 2 0 x)
G9/+4   (3 x 0 2 2 x)
G9/5    (3 x 0 2 3 x)
F#m7/4  (2 x 2 2 0 x)
Cm7/-5  (x 3 4 3 4 x)
F7/13   (1 x 1 2 3 1)
A4+*    (5 7 7 7 5 5)
A4+     (x 0 2 2 3 0)
D7/4/9  (x 5 5 5 5 5)
F/G     (3 x 3 2 1 x)
G7/9    (3 x 3 2 0 x)
D79     (x 5 4 5 5 0)
Eb5+    (x 6 5 0 0 x)
E7*     (x 7 0 0 0 x)

592- Yo soy un moro judio - Jorge Drexler: Milonga del moro judio

http://www.cifraclub.com.br/jorge-drexler/milonga-del-moro-judio/

Milonga Del Moro Judío

Jorge Drexler

 Jorge Drexler
Tom: F#
  
F#
Por cada muro un lamento
         D#m      G#m
en Jerusalén la dorada
                  C#7
y mil vidas malgastadas
                F#
por cada mandamiento.
F#
Yo soy polvo de tu viento
          D#m           G#m
y aunque sangro de tu herida
                 C#7
y cada piedra querida
                      F#
guarda mi amor más profundo,
Bm                      A
no hay una piedra en el mundo
       C#7           F#
que valga lo que una vida.

F#
Yo soy un moro judío
    D#m                G#m
que vive con los cristianos,
                     C#7
no sé que Dios es el mío
                     F#
ni cuales son mis hermanos.
Bm                   A
no sé que Dios es el mío
C#7                  F#
ni cuales son mis hermanos

F#
No hay muerto que no me duela,
          D#m       G#m
no hay un bando ganador,
                       C#7
no hay nada más que dolor
                      F#
y otra vida que se vuela.
F#
La guerra es muy mala escuela
     D#m                  G#m
no importa el disfraz que viste,
                    C#7
perdonen que no me aliste
                F#
bajo ninguna bandera,
Bm                    A
vale más cualquier quimera
C#7         F#
que un trozo de tela triste.

F#
Yo soy un moro judío
    D#m                G#m
que vive con los cristianos,
                     C#7
no sé que Dios es el mío
                     F#
ni cuales son mis hermanos.
Bm                   A
no sé que Dios es el mío
C#7                  F#
ni cuales son mis hermanos

F#
Y a nadie le dí permiso
       D#m        G#m
para matar en mi nombre,
                            C#7
un hombre no es más que un hombre
                       F#
y si hay Dios, así lo quiso.
                   F#
El mismo suelo que piso
     D#m              G#m
seguirá, yo me habré ido;
                    C#7
rumbo también del olvido
                       F#
no hay doctrina que no vaya,
Bm                        A
y no hay pueblo que no se haya
C#7                  F#
creído el pueblo elegido.

F#
Yo soy un moro judío
    D#m                G#m
que vive con los cristianos,
                     C#7
no sé que Dios es el mío
                     F#
ni cuales son mis hermanos.
Bm                   A
no sé que Dios es el mío
C#7                  F#
ni cuales son mis hermanos

591- Uma música: "Infinito particular" - Marisa Monte

http://www.cifraclub.com.br/marisa-monte/infinito-particular/

Infinito Particular

Marisa Monte

 Marisa Monte
Tom: C#
  
(intro)

Cm7
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Bbm7
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
                      Cm7
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte

Eu sou daqui eu não sou de Marte
Bbm7
Vem, cara, me repara
                                          Cm7
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
G#7       G7         F7
Só não se perca ao entrar
G#7             G7   Cm7
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante

Bbm7
Vem, cara, se declara

O mundo é portátil
                             Cm7
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Bbm7
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
                   Cm7
Daqui você pode beber
G#7       G7         F7
Só não se perca ao entrar
   G#7             G7   Cm7
No meu infinito particular

(solo) G#7 F7 G#7 F G#7 G7 F7 F7

590- Alguns clássicos importantes do cinema

Começamos com Jean Luc Godard e Brigitte Bardot

O DESPREZO
LE MÉPRIS
1963
DIREÇÃO JEAN-LUC GODARD


O filme nos faz pensar, ao final, sobre personagens que não são bons nem ruins. Talvez como as pessoas realmente são, nem boas, nem ruins, e muitas vezes boas e ruins. O filme conta a estória de um casal em crise em meio aos bastidores da feitura de um filme, com a maravilhosa Brigitte Bardot no papel de Camille. Trata-se de um representante da "nouvelle vague", movimento que marca a tentativa de jovens críticos de cinema de desconstruirem o cinema tradicional francês e criar um cinema de autor, livre de aprisionamentos da forma tradicional. Outro grande diretor do cinema está presente no filme representando ele mesmo: Fritz Lang. Godard abandona os letreiros e ele mesmo narra os créditos do filme. A crise do casal (Brigitte Bardot e Michel Piccoli) não é o mais importante do filme. O filme rompe com a narração linear desprezando o cinema antigo e construindo um novo cinema.




Mais dois clássicos muito bons do cinema estadunidense:
São obras mais antigas e se enquadram ao modelo de cinema anterior.
O primeiro é "The Maltese Falcon"(1941), lançado no Brasil com o nome "Reliquia Macabra", e posteriormente lançado em DVD com o nome original "O Falcão Maltês".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rel%C3%ADquia_Macabra
Um policial clássico muito bom.


O segundo filme é um dos mais conhecidos e festejados filmes do cinema norteamericano:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casablanca_%28filme%29 
A musica é maravilhosa: "As time goes bye". Imperdível. A frase final na ultima cena é famosa: "prendam os de sempre". Até hoje! Até hoje continuam prendendo os de sempre. Olha que o filme é de 1942.