domingo, 12 de outubro de 2014

1460- Trabalhador vota em trabalhador, rico vota em rico! - artigo do professor Virgilio de Mattos

TRABALHADOR VOTA EM TRABALHADOR, RICO VOTA EM RICO!
                                
Virgílio de Mattos[1]

        POBRE E DESINFORMADO É A PUTA QUE O PARIU! Fiquei pensando em dar este título a este texto e, de certa forma, dar uma resposta ao chefe do playboy candidato à presidência, que na semana passada disse essa platitude: só os pobres e desinformados é que votariam na Presidenta Dilma, 13 e confirma; para azar dos poderosos de plantão, assim como ele e sua cria, o playboy aético. Mas fiquei refletindo se isso não seria alguma coisa agressiva demais e ando tão plácido que chego a pensar que Svletana era uma boa filha...
        Ando plácido mas fazendo o meu trabalho que tem sido conscientizar as pessoas, principalmente àquelas que vivem fora de Minas Gerais o que é ser (des)governado por essa gente: brancos, ricos, sem pudor ou ética, que uma amiga muito engraçada chama de tucanalha.
        São raríssimas as barbaridades cometidas pela política neoliberal tucana em Minas que foram noticiadas fora de Minas. Em Minas a única coisa não censurada nos últimos 12 anos foi o bloco parlamentar “Minas sem censura”. O resto, o resto é resto mesmo, é só dizer que beleza!, que maravilha!, que bunitim! (Mineiro fala engraçadim assim mês. Bunitim, né sô?!)
        Acreditavam que a mentira repetida ad nauseam iria convencer a todos e converter em tolos os eleitores para sempre e caíram do cavalo, ou da égua, pra não ser acusado de ser incorreto politicamente. O imperador foi tocado pra fora com o rabinho entre as pernas e aí, diante da avalanche de votos que o levou pra longe, os jornalões, as tvs e as rádios não tiveram como não dar a notícia: QUEM CONHECE O AÉCIO NÃO VOTA NO AÉCIO!
        Mas eu tenho conversado muito com as pessoas que não têm a clareza do que o modelo neoliberal representa: arrocho salarial, diminuição dos postos de emprego, restrição ao crédito e aumento dos juros e “flexibilização” (que pra eles é sinônimo de extinção) dos direitos todos, a começar pelos trabalhistas como férias de 30 dias, 13º salário, aviso prévio, etc., conquistados duramente pelas lutas operárias no início dos anos 1940!
        É isso mesmo, leitor e leitora pacientes, votar no modelo neoliberal fará com que você embarque numa máquina do tempo não para o tempo da recessão de 1982 (quem a viveu sabe bem do que eu estou falando. Eu mesmo fiquei nove meses desempregado.), mas para antes de 1940, já pensou que beleza?
        Ricos votam em ricos. Perdem um pouquinho aqui, dependendo das circunstâncias, porque sabem que irão ganhar um montão acolá. Ricos gostam de ricos, consomem como ricos e têm pavor de pobres. Tá bem, eu consigo entender, como diz a sábia rebolante do funk: “cada um no seu quadrado”. Rico vive de explorar pobre mesmo.
        Mas uma coisa que tem me incomodado muito e tenho tentado ser paciente nas explicações (quem me conhece sabe que ando acelerado pra ter paciência, mas que paciência nunca foi o meu forte) é por que pobre tem declarado voto em rico?
        Duvido muito que as teorias de Milton Friedman tenham sido absorvidas pelo Jorginho jardineiro, pelo “Seo” Zé porteiro, pela Jamile do barraco de madeirite (a solidariedade entre os trabalhadores vai tirar você, seu marido e os gêmeos do madeirite já, já, Jamile!) ou pelo Tarzã faz-tudo, meus amigos. Que merda é essa de liberdade econômica com mínima participação do Estado? Economia de mercado é comprar menos no sacolão? Reduzir impostos só pros ricos por que, se eles já têm tanto? Ah, vai ver é pela sua network, seus amigos bacanas, como Augusto Pinochet, Richard Nixon e Ronald Reagan, só gente boa...
        Evidentemente que esses meus amigos nunca ouviram falar em mais valia, exceto, “numa comparação”: mais valia mandar esse playboy à merda e deixar a gente em paz pra trabalhar e seguir pelejando, fico imaginando essa fala na fala do Tarzã, por exemplo, “numa comparação”.
        Eu não preciso explicar Marx pra eles, nem que a mão invisível do mercado só serve se for pra passar na bunda dos poderosos. O mercado sempre regulou a miséria e a fome, da imensa maioria, para que uns poucos possam rir da cara da gente.
        O sorriso desse playboy babaca deve ser da cara dos pobres que votam nele.
        Vocês acreditam que tem pobre votando nele? Eu sempre pensei que rico votasse em rico e que trabalhador votasse sempre em trabalhador.
        Mas como dizia o seu Joel, sábio pai de minha amiga Delze: bobo e estrada de chão num acaba nesse mundão.
        Vote Dilma, vote 13! Azar dos poderosos!



[1] - Pode ser professor, mas não é burro: se trabalha há mais de 42 anos, não pode votar em um playboy que nunca trabalhou.

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